Quando falamos de neurodiversidade, nos referimos à ideia de que o cérebro humano não segue um padrão único. Assim como existem diferentes cores de olhos ou formatos de mãos, também existem diferentes formas de pensar, sentir e se relacionar com o mundo. Autismo, TDAH, dislexia e tantas outras condições não devem ser vistas apenas como “transtornos”, mas como expressões legítimas da diversidade humana.

Para as famílias, compreender a neurodiversidade é um convite a mudar a lente com a qual enxergam seus filhos. Em vez de tentar encaixá-los em um único modelo de comportamento ou aprendizado, é possível valorizar suas particularidades e oferecer apoio para que se desenvolvam em seu próprio ritmo. Isso não significa negar os desafios, mas reconhecê-los como parte de um todo maior, no qual também existem pontos fortes e potenciais únicos.

A escola, a sociedade e até mesmo o ambiente familiar ainda tendem a valorizar o que chamam de “normalidade”. Porém, ao respeitar a neurodiversidade, abrimos espaço para um mundo mais justo, inclusivo e humano. Crianças e adolescentes que crescem sendo aceitos e compreendidos têm mais chances de desenvolver autoestima, autonomia e confiança em si mesmos.

É sobre esse olhar transformador que escrevo em 'Entendendo o Autismo, Manual dos Pais'. Quero mostrar que a neurodiversidade não é um problema a ser corrigido, mas uma riqueza a ser acolhida. É um convite para que pais, cuidadores e educadores cultivem respeito, empatia e valorização, ajudando cada criança a florescer exatamente como ela é.